Arborização Urbana, Escolha das Espécies

Importância da Arborização Urbana

São indiscutíveis os benefícios da arborização urbana, proporcionando melhoras na qualidade de vida na cidade. Além de embelezar o ambiente, as árvores têm papel fundamental ao reduzir diversos tipos de poluição. Elas absorvem o gás carbônico gerado pelas pessoas, fábricas e automóveis e nos devolvem o oxigênio, tão essencial à vida.

Rua bastante arborizada de uma cidade
A arborização urbana é essencial para a qualidade de vida nas cidades.

Suas copas densas funcionam como barreiras contra ruídos, ventos, água e luz. De modo que servem como refúgio em dias de sol escaldante ou chuvosos. Elas ainda oferecem abrigo e alimento às aves, que são importantes aliadas no controle de insetos vetores de doenças. Uma cidade bem arborizada tem um clima melhor de se viver, é mais agradável, aprazível e saudável.

Problemas que as árvores podem causar nas cidades

No entanto, apesar de todas estas qualidades, geralmente as árvores são deixadas em segundo plano. Com a desculpa de que irão destruir calçadas, muros, encanamentos e fiações ou então que provocarão sujeira nas ruas e acidentes, acabam neglicenciadas. Mas, no geral, os problemas relacionados às árvores estão intimamente ligados ao mau manejo, escolha de espécies inadequadas e plantio em locais impróprios. No entanto, todas estas dificuldades podem ser facilmente evitadas com um planejamento bem feito.

Árvore com raízes sobressalentes
Raízes agressivas são um problema em calçadas, mas em parques, são decorativas e muito bem vindas

Todas as cidades devem possuir um plano de arborização. Este deve guiar os funcionários das prefeituras e empresas envolvidas no plantio e manejo de árvores. Além disso, uma cartilha de ampla distribuição é essencial para que os moradores saibam quais as diretrizes do plano e respeitem as leis ambientais envolvidas.

Planejamento para arborização

As questões envolvidas no planejamento da arborização urbana incluem: o que plantar? (qual espécie, variedade, porte); como plantar? (quais os procedimentos adequados); qual o manejo envolvido? (qual a manutenção que a espécie vai gerar, como podas, adubações, desinfecções); onde? (em calçadas, parques, praças, residências, escolas, etc.); e quando? (em que fase da urbanização, em que idade da muda).

As árvores mal escolhidas e manejadas podem causar grandes problemas em temporais – Foto: Uarlen Valério / Estadão Conteúdo

Um estudo detalhado deve ser realizado, e cada cidade é um caso diferente, existem diferentes normas de urbanização e paisagismo que norteiam a elaboração do plano de arborização, mas cada uma deve ter uma interpretação de acordo com as necessidades de cada município.

Dicas importantes para escolha de árvores urbanas

Uma destas normas, diz respeito à escolha das árvores e não há uma lista pronta que possa ser usufruída por todos. Mas alguns pontos devem ser levados em consideração tais como:

  • Dar preferência às árvores nativas: São elas que oferecem melhor equilíbrio ecológico e abrigo à fauna. Em geral são muito bem adaptadas ao clima e às condições da região e terão crescimento vigoroso.
  • Resistência às doenças, pragas e poluição: É oneroso e inadequado o plantio de árvores que necessitem pulverizações periódicas com defensivos. Da mesma forma plantas que abrigam doenças e pragas se tornarão foco para plantações comerciais de importância econômica localizadas próximo às cidades.
  • Comportamento de raízes e porte. Embora estejam relacionados, nem sempre árvores de pequeno porte têm raízes adequadas. Raízes agressivas que levantam o pavimento depois de um tempo e árvores de grande porte devem ser evitadas em calçadas, sob fiações e próximo às construções, mas vão muito bem em espaços públicos amplos, como parques.
  • Dar preferência às árvores rústicas, de rápido crescimento ou mudas já bem desenvolvidas, pois nas ruas elas estão sujeitas a vandalismos e predações.
  • Evitar árvores frutíferas, principalmente as exóticas e as de frutos grandes, que podem provocar acidentes na queda e sujar as vias urbanas.
  • Evitar árvores exóticas de potencial invasivo, com facilidade de propagação por sementes.
  • Dar preferência as árvores de madeira resistente, evitando assim queda de galhos e troncos durante temporais ou em decorrência de cupins e apodrecimentos.
  • Árvores perenes são preferíveis em cidades de clima quente, já árvores caducas no inverno são interessantes em cidades de clima frio, pois permitem a passagem da luz solar.
  • A copa das árvores escolhidas deve ser adequada ao local do plantio, em formato e tamanho evitando-se assim que esconda a sinalização, danifique automóveis, edifícios e pessoas, interfira na fiação elétrica e de telefone.
  • Evitar árvores de folhas e frutos tóxicos, principalmente em pracinhas, playgrounds ou passeios onde circulem crianças.

Fonte: Jardineiro.net / Raquel Patro